Por Élcio Paraíso

Neste 6 de janeiro de 2017, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural declarou a Folia de Reis como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. Certamente uma importante conquista a ser comemorada pelo nosso povo e pela nossa história. Uma vitória para todo o povo congadeiro, que carrega nas costas essa tradição.

Segundo a mitologia católica, o dia 6 de janeiro entrou para o calendário como o dia em que três reis magos chegaram à manjedoura onde havia nascido o Menino Jesus e, com presentes, saudaram a chegada do filho de Deus. Apesar de ser uma data intimamente ligada com a maior efeméride do catolicismo – o Natal – e, consequentemente, ao tom solene da igreja, o dia da chegada dos reis magos passou a ser comemorado nas ruas, apropriado pelo popular e regado a simplicidade e alegria.

Conhecida como folia de reis, a festa tem origem portuguesa, foi trazida ao Brasil ainda nos primórdios da formação cultural do país, se incorporou de forma definitiva à tradição brasileira, ressignificada pela bagagem de fé, ritmos e cultura dos negros que foram trazidos à força como escravos para nosso país e é retrato da identidade de diversos estados do país, principalmente Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo e São Paulo.

Para mim, folia de reis lembra interior. Sempre que penso na festa, vejo as casinhas de adobe com seus presépios recebendo os cortejos e representantes dos reis congadeiros. As imagens que reúno hoje neste post, porém, de 2010, foram feitas no centro do centro da cidade, ambiente totalmente diferente desse meu imaginário. Ainda assim, a folia está ali, a alma dela está nessas fotos. Não imaginava que o resultado me agradaria tanto quanto no fim das contas agradou. Começando um novo site e blog justamente neste dia de reis, em que a folia foi declarada patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, não poderia haver conjunto de imagens que falasse melhor sobre este novo início, de novos projetos e novas energias.